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Viciados em C.C.C. (Crítica, Culpa, Conflito)

10 de Maio de 2018
Postado por FamiliaComDireitos

Viciados em C. C. C. (Crítica, Culpa, Conflito)

 

A necessidade de criticar, culpar e estar em permanente conflito pode tornar-se viciante e à semelhança de qualquer outra droga, provocar dependência

Pessoas que o criticam e o fazem sentir culpado repetidamente, que sentem prazer em discutir, fá-lo lembrar alguma situação ou alguém em particular?

Todos guardamos na memória esses momentos e essas pessoas porque teimam em permanecer na nossa mente como sinais Vermelhos, embora já não estejam nas nossas vidas, ou ainda estejam por uma razão, mil razões, ou nenhuma razão em concreto.

E como o fazem sentir as pessoas aditivas em C.C.C.?

Aquelas que lhe apontam o dedo, as falhas, os defeitos, uma vez após outra?

Que o fazem assumir os erros que sabe que não cometeu, a responsabilidade que não é sua, e que descobrem os motivos mais inacreditáveis para discutir consigo, para lhe extrair a sua energia vital, a sua alegria, a sua paz… fazendo-o sentir passar por tempestades cíclicas não são previsíveis pelo melhor meteorologista do mundo?

Uma das emoções que melhor define quem o vive, é confusão!

As pessoas viciadas em C.C.C. têm a capacidade mágica de gerar desorientação, confusão e aflição intensas nos outros. Sabe porquê?

Porque ninguém vem ao mundo com um Kit de sobrevivência contra elas. Fizeram-nos acreditar que as pessoas são boas e que podemos confiar nelas. Quando alguém nos faz mal, tendemos a pensar que nós é que lhe fizemos mal, nós é que errámos ou temos algo de errado, e isso pode ser verdade, como pode não ser. E quando é mentira, algumas pessoas podem fazê-lo acreditar que é verdade e provocar em si uma indescritível sensação de incapacidade, vergonha e pequenez, levando-o a perguntar-se: Afinal quem sou e quanto valho?

E aí está o grande Perigo: Duvidar de quem é, das suas capacidades e do seu valor.

Muito para além da irritação, da ansiedade, de poderem esgotar a sua paciência, de o desgastarem emocional e fisicamente, a ponto de ter a impressão de estar a ficar doido, muitas dessas pessoas têm o Poder de o fazer questionar os seus juízos de valor, a sua perceção, as suas convicções, os seus princípios e valores, a sua dignidade e integridade, aquilo que considera ser bom e o melhor para si, diminuindo a sua autoestima, a sua autoconfiança, podendo fazer com que se sinta muito inseguro.

E sabe uma coisa? Ninguém está a Salvo delas! Não existe formação, dinheiro, poder ou sucesso que sejam suficientemente dissuasores. A única coisa que o pode proteger é saber identifica-las a tempo, fugir, e se não for possível, saber relacionar-se com elas.

Para além de detetives das falhas e da culpa alheias, muitas apresentam traços vincados de egoísmo, egocentrismo, demonstram desinteresse e indiferença constantes quando às necessidades e interesses do outro.

Um outro traço que os caracteriza é a sua permanente superioridade, arrogância, autoritarismo e insatisfação, independentemente da capacidade de dar, agradar e satisfazer de quem está por perto.

Este é outro dos grandes Perigos! Acreditar que a satisfação e felicidade delas, dependem de si. Acreditar que por dar mais, amar mais, estar mais, ajudar mais, perdoar mais, trabalhar mais, dedicar-se mais, abrir mão de si, satisfazer todos os seus caprichos e devaneios, o vão respeitar, admirar e valorizar mais!

Esqueça! Não resulta! Sabe porquê?

Porque os aditivos em C.C.C. não o conseguem ver, nem ver o que faz por eles. Para eles isso é obrigação sua, não Amor, Amizade, afeto, interesse, mérito… porque, senão a maioria, muitos não sabem o que isso significa.

Sabe por quem se sentem mais atraídos? Exatamente pelas pessoas que os colocam como prioridade nas suas vidas. Pessoas generosas, bondosas, que perdoam facilmente, que deixam tudo para ajudar os outros, que apresentam dificuldade em colocar limites, definir regras e dizer “não”. E ainda, aquelas que idealizam a vida e as relações e que acreditam que a sua transformação depende tão só delas próprias.

Esqueça! As Pessoas Aditivas em C.C.C. vão continuar a sê-lo independentemente do que possa fazer.

Deixar de Ser, calar-se, anular-se, fazer tudo o que querem, assumir ser quem eles dizem que é, dar mais, virar-se do avesso… pouco ou nada vai resultar.

Sabe Porquê? Porque elas precisam de criticar, de culpar e de discutir, como precisam de comer e de dormir.

Criticam para se sentirem superiores, culpam para não sentirem vergonha, discutem para se sentirem poderosos… independentemente do que faça! Precisam fazê-lo para sentirem a confiança que não tem e sentir que existem.

Aquilo que sente, o que pensa, o que quer… é-lhes indiferente e passa-lhes ao lado!

Sim, são um perigo porque se coloca a sua vida nas suas mãos, corre o risco de se vir a identificar com elas, de ficar dependente e de se esquecer de quem um dia foi. E acredite, nem elas nem ninguém o vai considerar um herói por entregar a sua vida nas mãos de um outro alguém narcisista que precisa deitar o seu lixo emocional sobre si.

Quem decide quem é e qual é o seu valor, é você não os outros!

Não hipoteque a sua vida nas mãos de um narcisista que finge importar-se consigo, alimenta as suas fantasias quando lhe dá jeito e o faz sentir pequeno para se sentir grande!

Por detrás do vício C.C.C. alguém profundamente carente de autoconfiança e inseguro.

Mas você não é responsável pelas suas feridas quaisquer que elas sejam, não tem de ser “bode expiatório” ou “balão de oxigénio” da dor e sofrimento dos outros, nem carregar às costas a sua infelicidade, especialmente quando o criticam e culpam constantemente.

Se estas temáticas são do seu interesse, no meu Novo Livro “Perigo! Duas Caras” encontrará o seu desenvolvimento e ficará a saber como os identificar e defender-se.

 

Margarida Vieitez

Especialista em Relações, Mediação Familiar e de Conflitos

Autora de seis Obras. Novo livro "Perigo! Duas Caras"

www.margaridavieitez.com

 

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One comment on “Viciados em C.C.C. (Crítica, Culpa, Conflito)”

  1. Achei o artigo muito interessante, porque fiquei identificando muita boa gente por aí.
    A verdade, é que, temos que ser nós próprios, vivermos em paz, saber amar e respeitarmos-nos, e tudo isto será dado a quem nos rodeia.
    É preciso saber que a medalha tem sempre duas faces , porque se há culpados, tem que haver intervenientes, logo nunca apontar o dedo ao outro como culpado, pois ao fazê-lo, dois dedos se voltam para nós, e no fim de contas fica a interrogação"quem é mais culpado aqui???"

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